terça-feira, 17 de abril de 2007

É grave o que está a acontecer à volta da contagem de votos das eleições presidenciais.
Optámos pelo silêncio. Apenas a titulo de informação, juntamos cópia de carta enviada pelo mandatário nacional, Nazário Tilman de Andrade e pela presidente da Comissão Independente, Benvinda de Oliveira, a quem de direito.

“ Dr. Faustino Cardoso
Presidente da CNE/Comissão Nacional de Eleições
Dr. Tomás Cabral
Director dos STAE/Serviço Técnico de Apoio Eleitoral
c/ c/ Órgãos de Comunicação Social

De: Serviços de Candidatura de João Viegas Carrascalão

Díli, 15 de Abril de 2007

Exmo. Senhor,

Temos acompanhado com crescente preocupação a contagem de votos da eleição para a Presidência da República realizada no passado dia 9 de Abril.
Em obediência aos nossos princípios democráticos e seguindo o exemplo do candidato João Viegas Carrascalão, cuja conduta calma, isenta e educada se tornou bem conhecida durante toda a campanha eleitoral, temos acompanhado a evolução da difusão de dados eleitorais mantendo a máxima discrição, por a considerarmos necessária para que a contagem de votos se faça em ambiente de tranquilidade.
No entanto, acompanhamos a evolução do processo e todos os dias somos informados, através das conferências de imprensa da CNE, de que o processo eleitoral enferma de irregularidades várias.
Constatámos também que a publicação de dados provisórios prevista para hoje, dia 15 de Abril, foi adiada, por razões que têm a ver directamente com as graves irregularidades encontradas.
Não temos, hoje, quaisquer dúvidas de que algo de errado está a acontecer, uma vez que os votos expressos, em particular no nosso candidato, não correspondem à realidade.
Não é crível que o patamar mínimo obtido pelo nosso candidato em Díli, Manatuto, Liquiçá, Ermera, Maliana ou Ainaro corresponda à realidade, conhecidas que são as tendências políticas históricas desses distritos que se prendem directamente com a representatividade do nosso candidato. Para tanto, basta consultar o número de proponentes desses distritos para a sua candidatura.
A sucessão de irregularidades que se vão tornando conhecidas em todo o país não tem merecido, a nosso ver, a devida atenção da CNE. Consideramos que a falta de uma atitude responsável dos serviços competentes e consequente decisão tomada a tempo originou o actual estado de coisas.
A banalização dos acontecimentos graves ocorridos na contagem dos votos é um sintoma de que as instituições deste país começam por achar natural a distorção da verdade; o encobrimento dos possíveis culpados por esta sucessão de irregularidades representa um sério revés para a democracia em Timor-Leste.
Não pode nem deve permanecer a ideia de que os serviços competentes do Estado estão a colaborar com os prevaricadores.
Não somos nem queremos ser parte desta farsa; menos ainda pretendemos que nos confundam com os farsantes que, irresponsavelmente, arrastam desta forma o nome do país para o lodo e desrespeitam o povo timorense.
Trabalhámos dentro dos limites da ética, do rigor e da verdade com o objectivo de levar a bom fim a candidatura do Eng.º João Viegas Carrascalão.
Cumprimos todos os requisitos necessários para a sã convivência democrática, limitando-nos a difundir a nossa mensagem, respeitando todos os candidatos e todas as tendências políticas.
Por isso, assistimos com muita preocupação o rumo dos acontecimentos.
Entendemos também ser dever de todos nós, timorenses, zelar pela observância da Democracia que, queremos, seja uma realidade em Timor-Leste. Mas, para tal, é também preciso que o país encontre a calma essencial para que os dois actos eleitorais que se seguem decorram com normalidade.
É fundamental que os adversários políticos se compenetrem que, no jogo democrático, há vencedores e vencidos, para o que também é indispensável que o processo eleitoral seja transparente, limpo, verdadeiramente democrático.
A tarefa de assegurar eleições justas, livres, isentas, transparentes, cabe, por inteiro, aos serviços do Estado com competência para tal. Por isso, exortamos a CNE e os STAE a cumprir com as respectivas responsabilidades, zelando pela transparência e rigor dos actos eleitorais, tomando corajosamente a defesa da Democracia, denunciando os fautores das irregularidades ocorridas neste processo eleitoral, sejam eles timorenses ou estrangeiros.
Só com a reposição da verdade será possível restabelecer a confiança perdida e a dignificação do povo e da Nação timorense.

Com os melhores cumprimentos,
Subscrevemo-nos,


Nazário Tilman de Andrade (Mandatário Nacional)
Benvinda Oliveira (Presidente da Comissão Independente)”

2 comentários:

Anónimo disse...

Hau tuir resultado Ir João Carrascalão ho laran sussar! hau la komprende saida maka sei akontece iha elissaum ida ne. Hau nia laran sussar tebe tebes los. Hau nia banin sira mos laran sei tan moras. Sira ba vota iha Bagia, sira fila mai sira hatete katak ema barak vota ba Ir Joao Carrascalao. Hau sei la fiar hare ema Tilman ne liu ita nia votos! hau sei la Komprende los. Disculpa hau povo kik, sassan balu hau la komprende los! Ema koalia sassam barak sei halo laran sae fali! Ir Joao Carrascalao hau fihar it bot. Haunia kolega

Patriota disse...

Caro amigo NAZARIO, e com prazer que leio a tua carta de protesto como a votacao presidencial em Timor esta a decorrer, fico satisfeito em realizar que estao a acusar atropelos ao sistema democratico, pra frente e que o caminho, continuamos a combater para dar uma vida boa para os nossos irmaos sem termos que utilizar a manipulacao politica mas sim a capacidade de construir o que infelizmente ha muita falta em Timor.